O tempo de análise
- Júlia de Souza Lopes
- 5 de jul. de 2024
- 1 min de leitura

Para realizar uma análise é preciso tempo. E o tempo de uma análise não é preciso.
O tempo é essencial para que as mudanças aconteçam; cada ritmo é singular e necessita ser respeitado.
Reconhecer que o seu tempo é único é uma forma de começar a se enxergar de uma nova maneira. É abrir brecha para poder fazer diferente.
No processo terapêutico muitas vezes se tem pressa por encontrar resoluções; a urgência causada pelo sofrimento pode cegar a possibilidade de enxergá-lo como uma oportunidade para parar de repetir.
O tempo não é lógico, é relativo, mas frequentemente se tenta submetê-lo a uma determinada lógica, geralmente mercadológica, produtivista. Olhar para o sintoma - que não desaparece frente a medicalização, simples suspensão temporária de algumas atividades, ambientes, relações ou frente à adaptação de alguns comportamentos - buscar compreendê-lo e localizá-lo em nossa própria história, exige tempo e disposição.
Tempo para resistir, relembrar e, enfim, elaborar.